Vinícius de Moraes (Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes – 1913-1980).
Nasceu em 19 de outubro de 1913 no Rio de Janeiro e faleceu
em 09 de julho de 1980 na mesma cidade. No ano de 1933, formou-se em Direito e
publicou seu primeiro livro, O
caminho para a distância (Schmidt Editora).
Cinco anos depois ganha a
primeira bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas
na Universidade de Oxford. Em 1943 ingressa, por concurso, na carreira
diplomática e também lança o livro “Cinco elegias”. Em 1953 escreve “Orfeu da
Conceição”, peça premiada no Concurso de Teatro do IV Centenário da Cidade de
São Paulo, no ano seguinte. A obra teve montagem teatral em 1956, com cenários
feitos por Oscar Niemeyer. Três anos depois o texto teatral foi adaptado para o
cinema com o nome de Orfeu negro
pelo diretor francês Marcel Camus. O filme obteve a Palma de Ouro no Festival
de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro do ano, em Hollywood. O ano de 1958 é de grandes
acontecimentos na vida do poeta: sofre um grave acidente de automóvel, casa-se
com Maria Lúcia Proença, deixa Montevidéu e é lançado o LP "Canção do amor
demais", com músicas de Vinícius e Tom Jobim, cantadas por Elizete
Cardoso.
Na década de 1960 começa a se envolver mais com a música. Começa a
compor os famosos afro-sambas com o violonista Baden Powell, entre os quais
"Berimbau" e "Canto de Ossanha". Compõe também com
Carlos Lyra canções para a comédia musical “Pobre menina rica”. Faz shows ao
lado de Tom Jobim e João Gilberto, ocasião em que lançam composições que depois
se tornariam grandes sucesso internacionais como “Garota de Ipanema” e “Samba
da Bênção”. Ganha primeiro e segundo lugares do I Festival de Música Popular de
São Paulo, da TV Record, em canções de parceria com Edu Lobo e Baden
Powell. No final da década, em 1969, é
exonerado do Itamaraty pelo governo militar brasileiro.
Na década seguinte casa-se por três vezes: primeiro com a atriz
baiana Gesse Gessy, em seguida com Marta Rodrigues Santamaria e, por fim, Gilda
de Queirós Matoso. Inicia parceria com Toquinho, com quem viaja faz excursão
pela Europa. No ano seguinte, a convite do líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva,
participa de leitura de poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do
Campo (SP). Ao voltar de viagem à Europa sofre um derrame cerebral, ainda no
avião. Em abril de 1980 é operado para a instalação de um dreno cerebral. Morre
noventa dias depois, a 9 de julho de 1980, de edema pulmonar.
OBRAS:
Poesia & Prosa - O
Caminho para a Distância, 1933; Forma e Exegese,
1935; Ariana, a Mulher, 1936; Novos Poemas, 1938; Cinco Elegias, 1943; Poemas,
Sonetos e Baladas, 1946; Orfeu da Conceição, 1956; Livro de Sonetos, 1957; Novos Poemas (II), 1959; Para Viver um Grande Amor, 1962; Cordélia e o Peregrino, 1965; Para uma Menina com uma Flor, 1966; História
natural de Pablo Neruda, 1974; O
falso mendigo, poemas de Vinicius de Moraes – 1978; Vinicius de Moraes - Poemas de muito amor, 1982; A arca de Noé, 1991; Livro de Letras, 1991; Roteiro lírico e sentimental da Cidade do
Rio de Janeiro e outros lugares por onde passou e se encantou o poeta,
1992; As Coisas do Alto - Poemas de
Formação, 1993; Jardim Noturno -
Poemas Inéditos, 1993; Soneto de
Fidelidade e outros Poemas, 1996; O
Cinema de Meus Olhos, s/d; Teatro em Versos – 1995; Querido Poeta - Correspondências de Vinicius de Moraes (organização de
Ruy Castro), 2003; Samba falado,
2008.
II – O TEXTO:
O PATO (Vinicius de Moraes, Toquinho, Paulo Soledade)
Lá vem o
Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.
MORAES,
Vinícius de. A arca de Noé. Disponível em
http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/discos/arca-de-noe-arca-de-noe
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