Projeto Memorias

quarta-feira, 11 de março de 2015

VINÍCIUS DE MORAES


Vinícius de Moraes (Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes – 1913-1980).
Nasceu em 19 de outubro de 1913 no Rio de Janeiro e faleceu em 09 de julho de 1980 na mesma cidade. No ano de 1933, formou-se em Direito e publicou seu primeiro livro, O caminho para a distância (Schmidt Editora). 

Cinco anos depois ganha a primeira bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1943 ingressa, por concurso, na carreira diplomática e também lança o livro “Cinco elegias”. Em 1953 escreve “Orfeu da Conceição”, peça premiada no Concurso de Teatro do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no ano seguinte. A obra teve montagem teatral em 1956, com cenários feitos por Oscar Niemeyer. Três anos depois o texto teatral foi adaptado para o cinema com o nome de Orfeu negro pelo diretor francês Marcel Camus. O filme obteve a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro do ano, em Hollywood.  O ano de 1958 é de grandes acontecimentos na vida do poeta: sofre um grave acidente de automóvel, casa-se com Maria Lúcia Proença, deixa Montevidéu e é lançado o LP "Canção do amor demais", com músicas de Vinícius e Tom Jobim, cantadas por Elizete Cardoso.
Na década de 1960 começa a se envolver mais com a música. Começa a compor os famosos afro-sambas com o violonista Baden Powell, entre os quais "Berimbau" e "Canto de Ossanha". Compõe também com Carlos Lyra canções para a comédia musical “Pobre menina rica”. Faz shows ao lado de Tom Jobim e João Gilberto, ocasião em que lançam composições que depois se tornariam grandes sucesso internacionais como “Garota de Ipanema” e “Samba da Bênção”. Ganha primeiro e segundo lugares do I Festival de Música Popular de São Paulo, da TV Record, em canções de parceria com Edu Lobo e Baden Powell.  No final da década, em 1969, é exonerado do Itamaraty pelo governo militar brasileiro.
Na década seguinte casa-se por três vezes: primeiro com a atriz baiana Gesse Gessy, em seguida com Marta Rodrigues Santamaria e, por fim, Gilda de Queirós Matoso. Inicia parceria com Toquinho, com quem viaja faz excursão pela Europa. No ano seguinte, a convite do líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva, participa de leitura de poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP). Ao voltar de viagem à Europa sofre um derrame cerebral, ainda no avião. Em abril de 1980 é operado para a instalação de um dreno cerebral. Morre noventa dias depois, a 9 de julho de 1980, de edema pulmonar.
OBRAS:
Poesia & Prosa - O Caminho para a Distância, 1933; Forma e Exegese, 1935; Ariana, a Mulher, 1936; Novos Poemas, 1938; Cinco Elegias, 1943; Poemas, Sonetos e Baladas, 1946;  Orfeu da Conceição, 1956; Livro de Sonetos, 1957; Novos Poemas (II), 1959; Para Viver um Grande Amor, 1962; Cordélia e o Peregrino, 1965; Para uma Menina com uma Flor, 1966;  História natural de Pablo Neruda, 1974; O falso mendigo, poemas de Vinicius de Moraes – 1978; Vinicius de Moraes - Poemas de muito amor, 1982; A arca de Noé, 1991; Livro de Letras, 1991; Roteiro lírico e sentimental da Cidade do Rio de Janeiro e outros lugares por onde passou e se encantou o poeta, 1992; As Coisas do Alto - Poemas de Formação, 1993; Jardim Noturno - Poemas Inéditos, 1993; Soneto de Fidelidade e outros Poemas, 1996; O Cinema de Meus Olhos, s/d; Teatro em Versos – 1995; Querido Poeta - Correspondências de Vinicius de Moraes (organização de Ruy Castro), 2003; Samba falado, 2008.
II – O TEXTO:
      O PATO (Vinicius de Moraes, Toquinho, Paulo Soledade)

Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.



MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. Disponível em http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/discos/arca-de-noe-arca-de-noe

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