Charles Perrault (1628-1703)
Nasceu em Paris a 12 de janeiro de 1628 e faleceu na mesma cidade
a 16 de maio de 1703. Escritor e poeta, é considerado o “inventor” do gênero
contos de fadas, além de ter sido o primeiro autor a dar acabamento literário a
esse tipo de literatura, por isso sendo conhecido como o "Pai da
Literatura Infantil". Entre as suas histórias mais destacadas estão Le Petit Chaperon rouge (Chapeuzinho
Vermelho), La Belle au bois dormant (A Bela Adormecida), Le Maître chat ou le Chat
botté (O
Gato de Botas), Cendrillon ou la petite pantoufle de verre (Cinderella), La Barbe bleue (Barba Azul) e Le Petit Poucet (O Pequeno Polegar). Perrault também foi advogado e exerceu algumas atividades como
superintendente do Rei Luís XIV de
França. Suas histórias trm sido adaptadas para o teatro, o cinema e a televisão,
tanto em formato de animação como de ação
viva.
Obras: A origem do burlesco, 1649; Diálogo do Amor e da Amizade, 1660; O labirinto de Versalhes, 1670; Contos da Mamãe Ganso, 1697; Memórias da minha vida, 1709.
II
- O TEXTO:
Era uma vez um fidalgo que casara em segundas núpcias com a mulher
mais arrogante e orgulhosa que alguma
vez se viu, mãe de duas filhas como ela e iguais como duas gotas de água. O marido também tinha uma filha, mas
esta era doce e boa como a sua mãe, que
fora a melhor pessoa do mundo.
Assim que se casaram, a madrasta mostrou logo que era muito má.
Não podia suportar as boas qualidades da
rapariguinha, pois, ao lado dela, as suas filhas pareciam ainda mais
antipáticas. Por isso, começou a obrigá-la a fazer os trabalhos domésticos
mais humildes: tratava da cozinha,
limpava as escadas, arrumava os quartos da senhora e das suas filhas; dormia no sótão, num colchão de
palha, enquanto as irmãs dormiam em quartos bonitos, com espelhos onde se
podiam ver da cabeça aos pés. A pobre menina suportava tudo aquilo com
paciência e não se queixava ao pai, porque sabia que ele lhe ralharia.
Quando acabava de limpar a casa, a boa rapariga refugiava-se a um
canto da lareira e sentava-se nas cinzas. Por isso chamavam-lhe Gata
Borralheira. Esta, porém, com os seus pobres vestidinhos, era cem vezes mais
bonita do que as suas meias-irmãs que, no entanto, se vestiam como grandes
senhoras.
PERRAULT, Charles. A Gata
Borralheira. Disponível em www.portal-biblon.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário