Projeto Memorias

quarta-feira, 11 de março de 2015

ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY


Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944).

Nasceu em Lyon, França, no dia 29 de junho de 1900 e morreu em um acidente de avião, durante missão de reconhecimento, a 31 de julho de 1944. Foi o terceiro filho do conde de Saint-Exupéry e da condessa Marie Fascolombe. Sua educação formal, inicialmente, foi realizada em duas instituições: no colégio jesuíta Notre Dame de Saint Croix e colégio dos Maristas (Friburgo, Suíça).

Foi piloto civil e subtenente da reserva, tendo ingressado no serviço militar em 1921. Cinco anos depois foi admitido como piloto de linha, na Aéropostale, tendo voado entre Toulouse, Casablanca e Dacar. Também escreveu para jornais e revistas da França. Suas obras tem, em sua maioria, o universo da aviação e da guerra como elementos destacados. Em 2004, transcorridos 60 anos da morte do escritor, cujo corpo nunca foi encontrado, acharam os destroços do avião que ele pilotava, localizado a poucos quilômetros da costa da Marselha, na França.

Obras: O aviador, 1926; Correio do Sul, 1929; Voo Noturno, 1931; Terra dos Homens, 1939; Piloto de Guerra, 1942; O Pequeno Príncipe, 1943; Carta a um refém, 1943/1944; Cidadela, 1948.

II – O TEXTO:
O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante....
- Bom dia - disse o príncipe.
- Bom dia - disse a flor.
- Onde estão os homens? - Perguntou ele educadamente.
A flor, um dia, vira passar uma caravana:
- Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.
-Adeus - disse o principezinho.
-Adeus - disse a flor.
O pequeno príncipe escalou uma grande montanha. As únicas montanhas que conhecera eram os três vulcões que batiam no joelho. O vulcão extinto servia-lhe de tamborete. "De uma montanha tão alta como esta", pensava ele, "verei todo o planeta e todos os homens..." Mas só viu pedras pontudas, como agulhas.
- Bom dia! - disse ele ao léu.
- Bom dia... bom dia... bom dia... - respondeu o eco.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Quem és tu... quem és tu... quem és tu... - respondeu o eco.
- Sejam meus amigos, eu estou só... - disse ele.
- Estou só... estou só... estou só... - respondeu o eco.
"Que planeta engraçado!", pensou então. "É completamente seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor; e era sempre ela que falava primeiro."
Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.
- Bom dia! - disse ele.
Era um jardim cheio de rosas.
- Bom dia! - disseram as rosas.
Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.
- Quem sois? - perguntou ele espantado.
- Somos as rosas - responderam elas.
- Ah! - exclamou o principezinho...
E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ele era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
"Ela teria se envergonhado", pensou ele, "se visse isto... Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade..."

EXUPÉRY, Antoine de Saint. O Pequeno Príncipe, disponível em 

 http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/trechos/o-pequeno-principe

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